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Contribuições para a Sustentabilidade no Plano Agrícola Brasileiro 2023/24

Aug 17, 2023Aug 17, 2023

Principal instrumento da política agrícola brasileira, o Plano Agrícola (Plano Safra) é fundamental para o desenvolvimento sustentável, estabelecendo linhas de crédito destinadas a garantir o financiamento à produção agrícola e à comercialização dos produtos. O objectivo da política agrícola tem sido ajudar os produtores a lidar com dificuldades e incertezas. Dada a sua relevância para as práticas agrícolas e o uso da terra, é essencial alinhar totalmente o Plano Agrícola com as metas climáticas do Brasil e vincular seu portfólio a práticas de baixa emissão de carbono, à semelhança do Programa Nacional de Baixas Emissões de Carbono na Agricultura ( Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura – Programa ABC+) funciona hoje.

O crédito rural é a fonte de financiamento mais importante do sector agrícola. O governo destinou aproximadamente R$ 340 bilhões para crédito rural no ano agrícola 2022/23, representando cerca de 29% da produção agrícola total do país, estimada em R$ 1,2 trilhão.[1] O Plano Agrícola também destina recursos ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Dados os riscos crescentes de eventos climáticos extremos causados ​​pelas alterações climáticas, o seguro rural pode desempenhar um papel importante na redução de riscos, protegendo a subsistência dos produtores rurais e garantindo a segurança alimentar.

Para desenvolver uma agricultura sustentável, com baixas emissões de carbono e resistente às alterações climáticas, são necessários investimentos públicos e privados a longo prazo para a transição tecnológica. Os pequenos produtores devem ser priorizados devido à sua contribuição potencial para a conservação ambiental e segurança alimentar, bem como à sua vulnerabilidade a eventos climáticos extremos. O reforço das políticas de gestão de riscos na agricultura também pode ter impactos positivos significativos no sector, criando incentivos para a adopção de práticas sustentáveis ​​e resilientes.

Dado o atual cenário climático e agrícola no país, a Iniciativa de Política Climática/Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CPI/PUC-Rio), co-líder da Força-Tarefa de Finanças Verdes da Coalizão Brasileira pelo Clima, Florestas e Agricultura ( Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura), contribuiu, em parceria com a Agroicone, com propostas para impulsionar a sustentabilidade no Plano Agrícola 2023/24 .[2] Estas propostas foram submetidas à Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e traçam os passos necessários para o país avançar em direção a uma agricultura sustentável. e o desenvolvimento económico e social das regiões rurais mais vulneráveis. Esta nota técnica discute essas propostas e sua relevância para a melhoria contínua do crédito e seguros rurais, visando a mitigação e adaptação dos riscos climáticos no Brasil.

O primeiro conjunto de propostas visa melhorar as normas e a alocação de recursos no crédito rural, priorizando linhas de crédito rural sustentáveis, com foco em práticas resilientes ao clima e com baixas emissões de carbono.

O Programa ABC+, principal linha de crédito rural destinada a promover a preservação ambiental, deverá ser fortalecido, juntamente com a linha PRONAF ABC+, subprograma do Plano Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).

O Programa ABC+ financia produtores que adotam práticas adequadas, tecnologias adaptadas e sistemas de produção eficientes que contribuem para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.[3] Apesar da importância, o programa contou com dotação orçamentária de R$ 6,2 bilhões para o ano agrícola 2022/23, representando apenas 1,8% do total do Plano Agrícola, ou 6,6% do total dos recursos de investimento. Da mesma forma que o Programa ABC+, o PRONAF oferece linhas de investimento que geram externalidades ambientais positivas, o PRONAF ABC+.[4]